A escola militar de Campinas terá, em sua grade curricular, um projeto onde serão ensinados valores

Os militares que vão atuar na escola cívico-militar em Campinas irão desenvolver projetos que irá integrar o currículo escolar. A informação foi confirmada por Cleber Borges dos Santos, coordenador geral de desenvolvimento didático-pedagógico da subsecretaria de fomento às escolas cívico-militares do governo federal.
Nesta quarta-feira (18), a comunidade escolar, formada por professores, alunos, pais e funcionários, irá votar se querem ou não que a Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Odila Maia Rocha Brito, no bairro São Domingos, se transforme em cívico-militar. Ela foi escolhida no mês passado para ter o modelo educacional, única no Estado
Segundo informou Santos, os militares não vão entrar em sala de aula, porém irão desenvolver um projeto onde serão tratados alguns valores ainda a serem elaborados. Este projeto fará parte da grade curricular da escola.
"Eles terão um tempo semanal para o desenvolvimento de um projeto de valores. Eles irão fazer projetos junto com os orientadores educacionais na área comportamental. Será uma atividade dentro do currículo, dentro da carga horária. Serão trabalhados valores como honestidade, por exemplo", explicou.
GESTÃO
Os militares também farão parte da equipe gestora da unidade. Hoje esse corpo é formado pela diretora, vice-diretora e orientador pedagógico. Com a implantação do programa, até dois militares vão fazer parte deste quadro.
O decreto federal que instituiu o programa cívico-militar afirmou que ele é um "conjunto de ações direcionadas ao fomento e ao fortalecimento das Ecim a partir de modelo de gestão de excelência nas áreas educacional, didático-pedagógica e administrativa".
"Um oficial de gestão escolar vai atuar na parte pedagógica na implantação do modelo militar. Se esse oficial tiver uma capacitação na área, ele pode auxiliar o diretor da escola na área pedagógica", continuou o Santos.
NA ESCOLA
Caso algum professor não queira trabalhar na modalidade cívico-militar, poderá pedir transferência para outra escola até a próxima quinta-feira, após a votação para definir a mudança.
Os pedidos de pais de alunos que quiserem pedir transferência também serão aceitos pela Secretaria de Educação. O que não vai ser garantido é que o estudante vai permanecer na rede municipal.
Caso a escola fique muito longe de casa, a Prefeitura vai oferecer vale-transporte gratuito. A opção serve apenas para alunos do 6º ao 9º ano, que são o público alvo do programa federal.
A SECRETARIA
Em nota, a Secretaria de Educação lembrou que a decisão sobre a implantação ou não deste modelo em uma unidade municipal, a única do Estado de São Paulo, caberá à população. O que for decidido na votação desta quarta-feira será acatado pela Administração Municipal
"Com relação à gestão, é importante ressaltar que os militares trabalharão em parceria/cogestão com a equipe da escola, respeitando todas as diretrizes da SME", informou.
A ESCOLHA
Os critérios para escolher a unidade, que fica na Rua Juvenal de Oliveira, foi o menor Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) da rede, ser do 6ª ao 9ª ano, ter entre 500 e 1 mil alunos e estar em área de vulnerabilidade. A escola tem, atualmente, 775 alunos.
Fonte: Acidade ON