
A carência afetiva provocada pelo isolamento social por conta da pandemia do novo coronavírus tem levado muita gente a buscar alternativas para visitar parentes e amigos. Um exemplo aconteceu em Jaú, no interior de São Paulo, onde uma criança usou uma capa de chuva para poder abraçar a sua professora que não via a mais de 60 dias. Um outro exemplo aconteceu na Califórnia, nos EUA. Um casal de avós, para matar a saudade dos netos resolveu criar roupas especiais para abraçá-los com segurança.
Apesar de toda criatividade, não existem comprovações científicas sobre a eficiência de alternativas como essas. O psicólogo e psicoterapeuta especialista em abordagem cognitivo comportamental, Raphael Cerzosimo Souza Brandão, prefere não entrar nessas questões. Segundo ele, a pandemia gerou barreiras no avanço das emoções e diante do fato é preciso que as pessoas aprendam a gerenciar esses desafios. As questões que eram utilizadas na busca pela satisfação das emoções foram subtraídas com o isolamento e isso ampliou os casos de ansiedade e estresse emocional. Segundo o psicólogo, muitos conseguem trabalhar bem a situação e outros nem tanto.
Segundo ele, é preciso que as pessoas que não estão conseguindo trabalhar com as limitações impostas pela pandemia busquem ajuda. A orientação é para se concentrar naquilo que está ao seu alcance, até que se possa retornar ao que era habitual. Ele acrescenta que é importante que as pessoas respeitem o seu próprio tempo para dar passos a uma direção saudável, que é a de olhar para frente e começar a construir a partir da novas possibilidades. O psicólogo lembra ainda que é preciso cuidado com a flexibilização, que está sendo adotada pelos governos, pois a medida não deve ser encarada como recuperação imediata do tempo perdido.
Fonte: CBN Campinas