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Unicamp realiza assembleia histórica nesta terça-feira

Objetivo é votar uma moção e conscientizar a sociedade contra a série de cortes sofridos pelas universidades e institutos de pesquisa


Assembleia será ao meio-dia de hoje. Foto: Denny Cesare/Código 19

A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) vai realizar, nesta terça-feira (15), uma assembleia universitária extraordinária, a partir das 12h. O objetivo é votar uma moção e conscientizar a sociedade contra a série de ataques sofridos pelas universidades e institutos de pesquisa, caracterizados principalmente pelos cortes de bolsas e ameaças à autonomia universitária.

É a primeira vez em 53 anos de história que a Unicamp convoca uma assembleia universitária extraordinária. A última vez que a comunidade promoveu um ato dessas proporções foi em 1981, para protestar contra a intervenção do governador Paulo Maluf no campus, ainda durante o Regime Militar.

A tentativa do governo estadual de intervir na administração da universidade gerou uma onda de protestos que culminou com um grande encontro no Ciclo Básico. Pressionados, os interventores acabaram renunciando aos cargos.

"Dessa vez a ideia é mostrar a força e a união de toda a comunidade acadêmica em torno de uma causa comum", disse o reitor Marcelo Knobel antes de submeter a proposta de uma assembleia universitária extraordinária à votação dos conselheiros.   

"Precisamos reunir todas as entidades representativas da universidade para nos posicionarmos contra os ataques que estamos sofrendo e chamar a sociedade em defesa da ciência, da educação e da autonomia universitária no país", completou.

No evento haverá tempo para pronunciamento para a comunidade interna, performance representando a Unicamp, leitura e votação da moção, discursos de entidades externas e abertura de microfone ao público. A intenção é acabar com o ato por volta das 14h.

CORTES

Desde o primeiro semestre, as principais agências federais de fomento e apoio à pós-graduação sofreram drástica redução nos recursos destinados ao financiamento de bolsas e demais auxílios à pesquisa, essenciais para milhares de estudantes brasileiros e para a sustentabilidade do sistema nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação.

O CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) registrou este ano um déficit de R$ 330 milhões, a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), de R$ 800 milhões, e a Finep (Financiadora de Inovação e Pesquisa) está paralisada pela falta de recursos necessários para honrar compromissos assumidos.

Hoje, a universidade tem 2.861 pesquisadores que podem ficar sem vencimentos se não houver aporte ainda este ano no CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), ligado ao Ministério de Ciência e Tecnologia.

Além disso, há pelo menos 110 cientistas que correm o risco de ficar sem verbas da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). O órgão teve, desde o início de 2019, 11.811 bolsas cortadas pelo Ministério da Educação em todo país. A comunidade acadêmica da Unicamp está mobilizada contra a exclusão das vagas e enviou à Presidência, na segunda quinzena de setembro, uma moção contra os cortes dos recursos federais.


Fonte: Acidade ON

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