
Uma análise feita por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista concluiu que os casos de covid-19 no interior do estado estão três semanas atrás das regiões metropolitanas, como Campinas, Sorocaba e ainda a Baixada Santista.
Para o professor da faculdade de Medicina da Unesp, Carlos Fortaleza, isso explica o aparente clima de tranquilidade e segurança nas cidades menores, que registram atualmente índices de isolamento social bem abaixo dos 70% ideais.
Com base nos dados colhidos pelo estudo, o especialista aponta que o número de infectados e mortos poderia ser 100 ou mil vezes maior em todo o estado, se medidas de contenção não fossem adotadas nos grandes centros urbanos.
“O isolamento nos municípios do interior que são maiores protege os menores. Todas essas comunidades são interligadas. E por isso é preciso uma ação forte voltada ao interior de São Paulo, principalmente sobre leitos de UTI”, aponta.
No trabalho sobre a disseminação, os pesquisadores apontam que moradores de cidades que não possuem casos confirmados podem levar a doença ao local depois de se deslocarem a um município maior para trabalhar, por exemplo.
O professor vê com temor a impressão da população de que o surto não chegará a lugares menores. O porte dessas regiões, que possuem menos recursos e hospitais, aliás, é definido como fator de preocupação para os próximos dias.
“Em duas ou três semanas chegaremos a uma situação da mesma gravidade da capital paulista. E o isolamento no interior não passa de 45% justamente pela falsa sensação de tranquilidade por conta do controle nas cidades maiores”, diz.
A pesquisa concluída pela Unesp foi feita através da análise de dados de redes sociais e do mapeamento dos dados oficiais, que envolve a checagem das bases de informação e elaboração de representações cartográficas adequadas.
Fonte: CBN Campinas